Os espaços urbanos e sua
relação com a cidadania e segregação espacial:
Após o conhecimento sobre os
espaços urbanos e suas relações de hierarquização, agora vamos notar que eles
são concentradores de riquezas e pobrezas.
Com isso, vemos a cidade
dividida entre poder econômico e sua população, onde investimentos públicos
tornando-se prioridade nas áreas mais ricas deixando a margem do
desenvolvimento boa parte das pessoas.
Então quem são os agentes
que organizam os espaços urbanos?
Temos que ter em mente, que
os proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários e os
promotores imobiliários, tem em comum a organização do espaço urbano a partir
da reprodução das relações capitalistas através da posse e controle do uso da
terra urbana onde o Estado entra somente como apaziguador ou minimizador dos
conflitos de classe.
Nas cidades, os grupos
sociais (população), na verdade não são modeladores do espaço urbano, mesmo os
envolvidos com a “autoconstrução”, eles são manobrados pelo mercado.
As favelas apresentam uma
realidade diferente dos demais espaços da cidade. É na favela, seja ocupação de
terrenos públicos ou privados, onde os grupos sociais excluídos tornam-se,
efetivamente, agentes modeladores, produzindo seu próprio espaço, na maioria
dos casos independentemente dos outros agentes. Onde a produção do espaço é uma
forma de resistência, estratégia e de sobrevivência.
Estamos refletindo sobre a cidade
em que a cidadania não é exercida em sua plenitude, deixando ao quase exclusivo
jogo do mercado. O espaço vivido consagra desigualdades e injustiças e termina
por ser, em sua maior parte, um “espaço sem cidadãos”. Onde os fixos sociais
(estruturas e infraestrutura construídas) não são usufruídas, não há um direito
de morar, pois ele está vinculado ao poder aquisitivo, onde não há um direito
ao entorno, pois as paisagens mudam fora do controle da população, as áreas de
lazer os espaço públicos se tornam privados à medida que não há como usufruir
deles sem que haja gastos do deslocamento ou alimentação, até o direito à
privacidade fica comprometido com prédios que se debruçam uns sobres os outros
nas cidades.
.
O resultado de todos esses
problemas é um espaço empobrecido materialmente, socialmente, politicamente, culturalmente
e moralmente. Diante de tantos abusos, o cidadão se torna impotente.
Tudo isso acaba gerando uma segregação
entre as classes sociais ou uma segregação residencial na cidade, com uma produção
dominante e outra subordinada do espaço.
Assim, a produção do espaço
urbano materializa a desigualdade social começando com a questão da moradia e
acabando refletido em um processo de segregação e discriminação no espaço
urbano acrescido de fatores econômicos, sociais e culturais em que os
principais seriam: a renda familiar, as políticas educacionais, as políticas
habitacionais a especulação imobiliária, entre outros.
Fonte: Currículo minimo (Seeduc)
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