quinta-feira, 24 de julho de 2014

Os espaços urbanos e sua relação com a cidadania e segregação espacial - 2º bimestre - aula nº 3

Os espaços urbanos e sua relação com a cidadania e segregação espacial:

Após o conhecimento sobre os espaços urbanos e suas relações de hierarquização, agora vamos notar que eles são concentradores de riquezas e pobrezas.

Com isso, vemos a cidade dividida entre poder econômico e sua população, onde investimentos públicos tornando-se prioridade nas áreas mais ricas deixando a margem do desenvolvimento boa parte das pessoas.

Então quem são os agentes que organizam os espaços urbanos?

Temos que ter em mente, que os proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários e os promotores imobiliários, tem em comum a organização do espaço urbano a partir da reprodução das relações capitalistas através da posse e controle do uso da terra urbana onde o Estado entra somente como apaziguador ou minimizador dos conflitos de classe.

Nas cidades, os grupos sociais (população), na verdade não são modeladores do espaço urbano, mesmo os envolvidos com a “autoconstrução”, eles são manobrados pelo mercado.

As favelas apresentam uma realidade diferente dos demais espaços da cidade. É na favela, seja ocupação de terrenos públicos ou privados, onde os grupos sociais excluídos tornam-se, efetivamente, agentes modeladores, produzindo seu próprio espaço, na maioria dos casos independentemente dos outros agentes. Onde a produção do espaço é uma forma de resistência, estratégia e de sobrevivência.

Estamos refletindo sobre a cidade em que a cidadania não é exercida em sua plenitude, deixando ao quase exclusivo jogo do mercado. O espaço vivido consagra desigualdades e injustiças e termina por ser, em sua maior parte, um “espaço sem cidadãos”. Onde os fixos sociais (estruturas e infraestrutura construídas) não são usufruídas, não há um direito de morar, pois ele está vinculado ao poder aquisitivo, onde não há um direito ao entorno, pois as paisagens mudam fora do controle da população, as áreas de lazer os espaço públicos se tornam privados à medida que não há como usufruir deles sem que haja gastos do deslocamento ou alimentação, até o direito à privacidade fica comprometido com prédios que se debruçam uns sobres os outros nas cidades.
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O resultado de todos esses problemas é um espaço empobrecido materialmente, socialmente, politicamente, culturalmente e moralmente. Diante de tantos abusos, o cidadão se torna impotente.

Tudo isso acaba gerando uma segregação entre as classes sociais ou uma segregação residencial na cidade, com uma produção dominante e outra subordinada do espaço.

Assim, a produção do espaço urbano materializa a desigualdade social começando com a questão da moradia e acabando refletido em um processo de segregação e discriminação no espaço urbano acrescido de fatores econômicos, sociais e culturais em que os principais seriam: a renda familiar, as políticas educacionais, as políticas habitacionais a especulação imobiliária, entre outros.

Fonte: Currículo minimo (Seeduc)



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