O processo de modernização
das atividades agropecuárias no mundo e no território brasileiro:
Iniciamos essa aula com o
estudo da agropecuária moderna, tanto mundial quanto brasileira, devendo ser
compreendido através dos processos de desenvolvimento do modo capitalista de
produção no território. Tendo por ideia
que esse desenvolvimento é contraditório e combinado. Isto significa dizer que,
reproduz-se no espaço relações especificamente capitalistas (assalariado) e ao
mesmo tempo em que ainda mantém as relações camponesas de produção (trabalho
familiar).
Veja que o meio rural com a
agricultura, a pecuária e o extrativismo sofreram essas transformações a partir
da Revolução Industrial em que o campo se aproximou da atividade industrial de
produção em massa.
O extrativismo tradicional
feito a partir da força humana está desaparecendo, até mesmo em países mais
pobres, seja na substituição do corte de árvores pelo plantio ou pela
introdução de máquinas pesadas na mineração ou as pequenas embarcações pesqueiras
por navios pesqueiros com alta tecnologia.
Perceba que embora venha
ocorrendo uma efetiva industrialização das atividades primárias (agricultura,
pecuária e extrativismo), este ainda é o setor com maior relação de dependência
dos elementos da natureza (solo, chuva, sol, etc.). Mas há países que não
dispõem de todos os elementos naturais para produção de gêneros alimentícios ou
matérias-primas para suas indústrias, com isso eles criam meios artificiais
como estufas, aterros, irrigação entre outros para garantir seu desenvolvimento.
Temos que ter em mente que
determinadas atividades agropecuária desenvolvem-se próximo às grandes cidades
(metrópoles) ou mesmo no seu interior, pois esses gêneros são perecíveis,
destinam-se ao consumo imediato e seu custo de transporte seria muito alto se
fosse de outras regiões.
De qualquer forma, onde quer
que se desenvolvam as atividades rurais hoje não dependem unicamente da
natureza.
Dependem também e cada vez
mais da indústria com seus equipamentos e insumos agrícolas.
Preste atenção, atualmente a
indústria química é a que mais controla as atividades agropecuárias, fabricando
fertilizantes e agrotóxicos, vacinas e outros produtos de uso animal.
Esses produtos químicos
utilizados pela agricultura moderna no combate a pragas e doenças de animais e vegetais,
que prejudicam as colheitas e a produção animal são conhecidos como agrotóxicos,
Eles podem ser extremamente prejudiciais, pois destroem as matérias orgânicas e
os micro-organismos do solo, levando a um uso cada vez maior de produtos
químicos para correção dos mesmos, podendo fazer mal ao meio ambiente e à saúde
de todos que consomem os alimentos.
Os trabalhadores rurais, que
normalmente aplicam essas substâncias sem proteção especial, sofrem
intoxicações graves. Muitas pessoas já morreram intoxicadas por agrotóxicos no
mundo inteiro. Por tudo isso, o termo agrotóxico é mais apropriado do que
defensivo agrícola, empregado pelos fabricantes numa tentativa de encobrir os males
que esses produtos podem causar.
Esse processo deve ser entendido
também no interior da economia capitalista atualmente internacionalizada, que produz
e se reproduz em diferentes países, desenvolvidos ou não, criando processos e relações
de interdependência entre nações e empresas. A compreensão desses processos é
fundamental para o entendimento da agricultura moderna, pois eles provocam o
movimento de concentração da população nos países.
No mundo e no Brasil esse
movimento migratório provocado pela modernização do campo vem direcionando as populações
para as grandes metrópoles ou para as cidades de uma forma geral. No campo, o desenvolvimento
capitalista vem se apropriando das terras provocando uma intensificação na
concentração fundiária. Como consequência disso, temos uma grande massa empobrecida
de sem-terra e renda, causando uma ampliação do número de pessoas que passam
fome.
Fonte: Currículo minimo (Seeduc)