Aula nº 2 – 4º bimestre 2014
O crescimento populacional e
a estrutura etária
Estimativas da Organização
das Nações Unidas (ONU) mostram que a população mundial continua e continuará
crescendo (embora em menor ritmo a partir das próximas décadas) a taxas relativamente
elevadas até por volta de 2025. Somente em 2050 é que a taxa de crescimento
populacional da população mundial irá estabilizar. Esse fato decorre daquilo
que se convém chamar de transição demográfica, período no qual o crescimento de
uma dada população passa por três fases fundamentais.
Grande parte dos países
subdesenvolvidos se encontra na primeira ou segunda fase, enquanto que os
países ditos desenvolvidos já completaram a transição demográfica e estão, em
sua grande maioria, na terceira fase. Abaixo detalhes de cada uma dessas fases.
Pré-transição – com elevadas
taxas de natalidade e mortalidade, originando baixo crescimento vegetativo. De
acordo com a história e realidade vivida por cada país ou região, isso se
explica pela ocorrência de conflitos, condições precárias de trabalho, alto
índice de população rural, descontrole de epidemias.
Primeira fase – com elevadas
taxas de natalidade e maior redução das taxas de mortalidade, acaba por
resultar em um elevado crescimento vegetativo. Esse é um período chamado “Baby
Boom”, quando há sensíveis melhorias na assistência médico-hospitalar e,
consequentemente, a taxa de mortalidade infantil decresce mais rápido que a
taxa de natalidade.
Segunda Fase – há sensível
decréscimo da taxa de natalidade e redução mais gradativa e próxima da
estabilização da taxa de mortalidade. Esse período tem relação com a crescente
participação feminina no mercado de trabalho, a difusão de métodos
contraceptivos e o maior grau de urbanização das sociedades, que se traduz pelo
aumento do custo de vida.
Terceira Fase – com baixas
taxas de natalidade e de mortalidade, resulta em um baixíssimo crescimento e
até mesmo na estagnação do crescimento vegetativo.
Essa seria a realidade de
alguns países desenvolvidos, cuja população se tornou predominantemente adulta
e idosa, com taxa de fecundidade inferior a dois filhos por mulher.
A estrutura etária da
população mundial
E se pudéssemos dividir a
população por faixas de idade? A análise da estrutura etária de uma população,
ou seja, a distribuição de uma população por intervalos de idade – crianças,
jovens, adultos e idosos – permite a compreensão do ritmo do crescimento
vegetativo, que resulta da diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade
– aqueles que nasceram ou falecerem em determinado período.
A melhor maneira de analisar
a estrutura etária de uma população é a partir da interpretação de um gráfico
chamado pirâmide etária, o qual mostra o percentual populacional de faixas
etárias de quatro ou cinco anos por gênero e em relação ao número total de
habitantes de um país, estado ou município.
Quanto mais largas as faixas
mais próximas à base do gráfico, maior a participação percentual de crianças no
total da população. Podemos também dizer que quanto maior a participação percentual
de faixas próximas ao topo do gráfico, maior a expectativa de vida da população
de um dado território.
A pirâmide etária do Haiti é
bem característica da realidade dos países subdesenvolvidos. Possui base larga,
em função da alta natalidade, e um estreitamento nas faixas etárias mais
elevadas, em razão da baixa expectativa de vida, resultante de condições
médico-sanitárias e nutricionais inóspitas. Nesse cenário, podemos dizer que a
população desse grupo de países é predominantemente jovem.
Isso representa maiores
gastos com a educação básica e a necessidade de gerar postos de trabalho.
A segunda pirâmide, da
Noruega, exemplifica o grupo dos chamados países desenvolvidos. Possui base
estreita, indicando baixa natalidade e elevado número de adultos e idosos, o
que indica uma alta expectativa de vida decorrente das boas condições dos
serviços sociais essenciais.
Ainda observando a segunda
pirâmide, as maiores proporções estão no meio, cuja posição representa um maior
percentual da População Economicamente Ativa (PEA). Predomina, nesse grupo de
países, populações essencialmente adultas. O topo do gráfico apresenta faixas
de idade mais largas se comparadas à outra pirâmide, o que denota uma maior
expectativa de vida e um maior número de idosos. É importante lembrar que não
existem apenas essas duas realidades. Há também cenários intermediários, como é
o caso do Brasil.
Países com elevada população
idosa e reduzido número de jovens tendem a ter escassez de mão de obra e gastos
excessivos com o sistema previdenciário. Os modelos previdenciários baseiam-se
na contribuição dos trabalhadores ativos, que por sua vez, financiam a
aposentadoria dos inativos. Quando as taxas de natalidade são muito baixas, há
o temor pelo colapso dos modelos de previdência. Como solução, vários países
iniciaram polêmicas reformas que consistiram basicamente: na elevação da idade
de aposentadoria; na contínua contribuição previdenciária para aqueles já aposentados;
no estabelecimento de um teto salarial para o trabalhador recém-aposentado.
Obs.: consultar no Google:
pirâmide etária do Haiti e pirâmide etária da Noruega.
Fonte: Currículo mínimo
(Seeduc)
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