sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O crescimento populacional e a estrutura etária 4º bimestre - aula nº 2

Aula nº 2 – 4º bimestre 2014
O crescimento populacional e a estrutura etária

Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a população mundial continua e continuará crescendo (embora em menor ritmo a partir das próximas décadas) a taxas relativamente elevadas até por volta de 2025. Somente em 2050 é que a taxa de crescimento populacional da população mundial irá estabilizar. Esse fato decorre daquilo que se convém chamar de transição demográfica, período no qual o crescimento de uma dada população passa por três fases fundamentais.

Grande parte dos países subdesenvolvidos se encontra na primeira ou segunda fase, enquanto que os países ditos desenvolvidos já completaram a transição demográfica e estão, em sua grande maioria, na terceira fase. Abaixo detalhes de cada uma dessas fases.

Pré-transição – com elevadas taxas de natalidade e mortalidade, originando baixo crescimento vegetativo. De acordo com a história e realidade vivida por cada país ou região, isso se explica pela ocorrência de conflitos, condições precárias de trabalho, alto índice de população rural, descontrole de epidemias.

Primeira fase – com elevadas taxas de natalidade e maior redução das taxas de mortalidade, acaba por resultar em um elevado crescimento vegetativo. Esse é um período chamado “Baby Boom”, quando há sensíveis melhorias na assistência médico-hospitalar e, consequentemente, a taxa de mortalidade infantil decresce mais rápido que a taxa de natalidade.

Segunda Fase – há sensível decréscimo da taxa de natalidade e redução mais gradativa e próxima da estabilização da taxa de mortalidade. Esse período tem relação com a crescente participação feminina no mercado de trabalho, a difusão de métodos contraceptivos e o maior grau de urbanização das sociedades, que se traduz pelo aumento do custo de vida.

Terceira Fase – com baixas taxas de natalidade e de mortalidade, resulta em um baixíssimo crescimento e até mesmo na estagnação do crescimento vegetativo.
Essa seria a realidade de alguns países desenvolvidos, cuja população se tornou predominantemente adulta e idosa, com taxa de fecundidade inferior a dois filhos por mulher.

A estrutura etária da população mundial

E se pudéssemos dividir a população por faixas de idade? A análise da estrutura etária de uma população, ou seja, a distribuição de uma população por intervalos de idade – crianças, jovens, adultos e idosos – permite a compreensão do ritmo do crescimento vegetativo, que resulta da diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade – aqueles que nasceram ou falecerem em determinado período.

A melhor maneira de analisar a estrutura etária de uma população é a partir da interpretação de um gráfico chamado pirâmide etária, o qual mostra o percentual populacional de faixas etárias de quatro ou cinco anos por gênero e em relação ao número total de habitantes de um país, estado ou município.

Quanto mais largas as faixas mais próximas à base do gráfico, maior a participação percentual de crianças no total da população. Podemos também dizer que quanto maior a participação percentual de faixas próximas ao topo do gráfico, maior a expectativa de vida da população de um dado território.

A pirâmide etária do Haiti é bem característica da realidade dos países subdesenvolvidos. Possui base larga, em função da alta natalidade, e um estreitamento nas faixas etárias mais elevadas, em razão da baixa expectativa de vida, resultante de condições médico-sanitárias e nutricionais inóspitas. Nesse cenário, podemos dizer que a população desse grupo de países é predominantemente jovem.

Isso representa maiores gastos com a educação básica e a necessidade de gerar postos de trabalho.

A segunda pirâmide, da Noruega, exemplifica o grupo dos chamados países desenvolvidos. Possui base estreita, indicando baixa natalidade e elevado número de adultos e idosos, o que indica uma alta expectativa de vida decorrente das boas condições dos serviços sociais essenciais.

Ainda observando a segunda pirâmide, as maiores proporções estão no meio, cuja posição representa um maior percentual da População Economicamente Ativa (PEA). Predomina, nesse grupo de países, populações essencialmente adultas. O topo do gráfico apresenta faixas de idade mais largas se comparadas à outra pirâmide, o que denota uma maior expectativa de vida e um maior número de idosos. É importante lembrar que não existem apenas essas duas realidades. Há também cenários intermediários, como é o caso do Brasil.

Países com elevada população idosa e reduzido número de jovens tendem a ter escassez de mão de obra e gastos excessivos com o sistema previdenciário. Os modelos previdenciários baseiam-se na contribuição dos trabalhadores ativos, que por sua vez, financiam a aposentadoria dos inativos. Quando as taxas de natalidade são muito baixas, há o temor pelo colapso dos modelos de previdência. Como solução, vários países iniciaram polêmicas reformas que consistiram basicamente: na elevação da idade de aposentadoria; na contínua contribuição previdenciária para aqueles já aposentados; no estabelecimento de um teto salarial para o trabalhador recém-aposentado.

Obs.: consultar no Google: pirâmide etária do Haiti e pirâmide etária da Noruega.

Fonte: Currículo mínimo (Seeduc)



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